Os Emigrantes e os Imigrantes

Portugal tem a sétima maior comunidade de Emigrantes no mundo (Portugueses que optaram por sair do País).

Estes foram os estudos apresentados já este ano no «Colóquio sobre as políticas para a juventude, cultura e associativismo nas comunidades portuguesas», realizado na Universidade Lusófona, tratando-se de números recolhidos e comparados pelo Instituto Nacional de Estatística, Organização da Cooperação para o Desenvolvimento Económico e Nações Unidas.

Segundo os dados apresentados existirão 1.049.500 portugueses espalhados pelo mundo.

Existem contudo outros estudos que mencionam números completamente diferentes. Não há muito tempo que o Governo brasileiro referiu que só no Brasil existirão para cima de um milhão de portugueses, números semelhantes existirão tanto na África do Sul, como no Canadá ou nos Estados Unidos da América, para não falar de mais do 1 milhão que existirão espalhados pelos vários países da Europa . Na Venezuela também existem algumas centenas de milhar.

Pensa-se que existirão na realidade, para cima de seis milhões de portugueses espalhados pelo mundo.

De facto os números totais, se bem que dispares, não desmentem uma realidade comprovadissima. Existem imensos portugueses por esse mundo fora. Portugal sempre foi um país de Emigrantes, desde há muito tempo que os portugueses têm sido forçados a procurar melhores condições de vida no exterior, para lá das nossas fronteiras.

Essa é uma realidade que se sentiu e sente tanto a norte como a sul do nosso país, Odiáxere não foi nem é certamente uma excepção a esta tendência, depois dos surtos de gente a partir principalmente para França, Suíça e Alemanha há umas décadas atrás, nos últimos tempos os destinos preferidos mudaram, passando os países escolhidos a serem principalmente a Espanha e o Reino Unido.

De qualquer maneira, os números reduziram-se de maneira considerável, pois por cá passaram a existir melhores condições e mais possibilidades de trabalho, garantindo um poder de compra de certa maneira aceitável. Hoje em dia voltamos a sentir a necessidade de partir, sendo que os destinos possíveis são imensos, mas as crises que os outros países também vivem não auguram grandes possibilidades de sucesso a quem decide sair deste cantinho à beira mar plantado.

Por outro lado, nos últimos tempos temos assistido ao fenómeno inverso, ou seja a vinda para Portugal de oriundos de outras pátrias, procurando cá aquilo que nós sempre nos habituamos a buscar lá fora, principalmente vindos dos países de Leste, do antigo Bloco Soviético e do Brasil.

Segundo os números oficiais, existirão a residir legalmente em Portugal quase meio milhão de Estrangeiros, o que leva a crer que os números reais deverão ultrapassar o milhão.

Fazendo fé em números que foram tornados públicos, o Algarve é a segunda região do país com maior número de Imigrantes, logo a seguir ao distrito de Lisboa.

Até em Odiáxere o número de pessoas oriundas de outros países é considerável, destacando-se a comunidade Romena, mas existindo também um número considerável de Ucranianos e Brasileiros, entre outros de menor representatividade, mas contudo existentes e presentes no dia a dia da nossa vila.

- Será que estes indivíduos vindos de outras paragens estão ajudando realmente a desenvolver a nossa Economia, assim como os portugueses fizeram quando emigraram relativamente aos países que os acolheram?

- Será que nós estávamos preparados para os receber e do trabalho deles tirar o maior proveito, em simultâneo com os benefícios por eles conquistados.

- Haverá por parte deles uma tentativa de inserção na nossa sociedade e respeito pelos nossos costumes e leis?

- Será que facilitamos a integração daqueles que desejem por cá permanecer e não complicamos burocraticamente todo o sistema que têm que percorrer?

- Será que olhamos para eles como nossos iguais e aceitamos realmente a sua permanência?

- Será que os Imigrantes que estão entre nós estão a ser respeitados como dignos Seres Humanos e pagos pelo que produzem, não existindo exploração e abusos por parte dos nossos empresários?

- Terão eles vindo para cá para ajudarem a desenvolver toda a nossa economia, inclusivamente fazendo trabalhos para os quais não teríamos de outra maneira a necessária mão de obra ou por outro lado se tivéssemos sido mais rígidos e com um maior controlo de entradas de estrangeiros, a nossa taxa de desemprego actual seria claramente mais baixa?

Longe de nós está qualquer tipo de racismo ou xenofobia, muito pelo contrário, mas estas são questões que colocamos e para a quais não temos respostas claras e conclusivas...